sexta-feira, 23 de setembro de 2011

...

eu paro pra pensar e me assusto na forca que uma palavra tem. uma so palavra pode mudar todo rumo da sua vida. e se tudo fosse diferente?
mas afinal, pra que se questionar sobre o que ja passou? esse eh o grande mal das pessoas. precisamos viver mais o presente ao inves de ficar pensando no que poderia ter sido diferente. precisamos aproveitar CADA SEGUNDO do que vivemos. viver intensamente, em outras palavras, nao importa oque seja. Se errarmos, que erremos grande. se acertarmos, que acertemos maior ainda. planos pro futuro sao necessarios, mas nao viva para isso. nao viva pro futuro. viva pro presente que o futuro eh consequencia.

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Ultimos minutos da noite


Suas maos enlacavam meus cabelos
que escorriam por entre seus dedos
que conduziam minha cabeca
e nao so ela.

"Voce sente sua respiracao na minha
Como eu sinto o mesmo
E um silencio perdido nos olhos
Cerra a nossa imensidao do mundo."

E ai que eu percebo
Que estou perto demais
E que por mais que eu queira, nao posso.
Mas nunca diga nunca.

"Voce se esforca pra fazer durar todo milimetro que tem perto dela
Todo carinho
Toda farpa
Todo toque"

Porque eh nele que se revela
O relacionamento que negamos por bem
Uma historia de amor que nao sera contada
A nao ser que alguem abra o tal do livro e leia.

Simplesmente eterno.

terça-feira, 13 de setembro de 2011


Meus olhos ardem com o sol que entra pela janela, me obrigando a acordar quando o que eu mais queria era continuar sonhando. Estico o braco ao lado e voce ja se foi.... Me viro pro lado e encosto meu rosto no seu travesseiro a procura do seu cheiro, mas parece que voce se foi e levou ele tambem. Fecho os olhos por 5 minutos tentando continuar meu sonho e me levanto, sem sucesso. Ando ate o banheiro e me olho no espelho ainda embassado. Procuro sua escova de dentes, mas nao encontro de jeito nenhum, assim como a tua toalha molhada. Me olho no espelho e meu sorriso cessa. Me encaro por alguns segundos como se tivesse algo pra dizer a mim mesma. Ou me olho so pra viver por uns segundos aquele jeito que voce me olha, no fundo dos olhos, quase enxergando minha alma, tirando minha armadura, meus segredos, minha roupa...
Ligo o radio e o chuveiro. Geralmente, nas minhas explosoes sentimentais, prefiro nao escolher a musica que vou ouvir. Na radio tocava "Quelqu'un m'a dit", mas eu estava molhada demais pra ir trocar a estacao. Nao que eu nao quisesse lembrar, eh so que eu nao me acostumei a acordar depois de voce sair... era dificil, acredite. E a agua nao esquentava... geralmente voce me abracava ate ela ficar quente. E quando me arrepiava o braco, me abracava mais forte e passava suas maos pelos meus bracos e minha pernas pra que o frio logo passasse... mas eu estava completamente nua, sem voce. Ate o abraco voce levou... ate o abraco....
Sai do banho, deixei a toalha e sentei no sofa. Fiquei pensando se abria a janela ou nao. O sol que eu tanto gostava, agora me incomodava, machucava meus olhos. Alem disso, vinha me mostrar que ja era de dia, vinha me pedir pra acordar, mas eu ja disse, nao queria!
Olhei em cima da mesa e seu maco de cigarros estava la. Eu nao fumo, mas pensei que podia ser bom pra mim tragar algo seu pra dentro de mim. Peguei um vinho (o seu preferido) e peguei um cigarro... traguei com tanta vontade que nem a ansia de tossir me fez parar, fumei ate o final e bebi todo vinho... deixei cair um pouco em mim sem querer, mas esqueci que nao era como daquelas vezes que eu deixava cair como pretexto pra fazermos amor. Nao havia dois corpos ali, so havia eu, nao haveria amor. Abaixei a cabeca e uma lagrima escorreu dos meus olhos, por entre meus seios e foi de encontro ao vinho que derramei. Recostei meu corpo e tentei descansar, mas so o que consegui foram pensamentos vagos, sons e cores... Lembro-me de ter fechado os olhos por um bom tempo, tentando em vao fazer com que o tempo passasse ou pelomenos me enganasse. Abri os olhos algumas boas horas depois e a lua ja estava la, trazendo com ela uma esperanca, trazendo talvez voce por mais uma noita, afinal, eu nunca sabia quando voce viria ou nao.
Fiz a mesa de jantar, 2 pratos. Sua comida preferida, mas a campainha nao tocou. Me policiei pra que tudo acabasse o mais rapido possivel, pra que quando voce chegasse, eu ja estivesse na cama.
Voce pode achar que eh obsessao, mas te juro que eh amor.
Deitei-me entao, com a janela meio aberta (gostava do jeito que a cortina vermelha balancava com o vento), esperando voce entrar. Apos algum tempo, ouco as chaves na fechadura da porta. Ouco, ao mesmo tempo, as batidas aceleradas do meu coracao e sinto meu sorriso abrir como uma rosa triste que, ao ser tocada pelo sol, se abre. Ouco o risco do isqueiro e a rolha da garrafa de vinho sendo aberta, minhas maos comecam a suar... ouco seus passos lentos vindo a mim e entao, seus labios tocam a minha boca, suas maos geladas passeiam pelo meu corpo quente e seu cheiro.. ah, seu cheiro invade o quarto todo. voce trouxe ele pra mim denovo... e entao voce se deita ao meu lado, sussurra em meu ouvido e pede desculpas por ter demorado e por nem se quer ter ligado. Mas quem sou eu para negar algo que venha tao doce de voce? E por entre nosso amor e nosso carinho, acordo num susto com o telefone tocando. Olho para o lado e a cama esta vazia e desarrumada. Certamente voce foi a cozinha pegar um copo D'agua, como costumava fazer. Atendo ainda meio sem chao, com o coracao a mil, um pouco assustada. E a sua mae, dizendo que teve outro pesadelo horrivel. Penso como podem ter pesadelos enquanto eu sonhava alto, com voce... Mas voltando ao telefonema, ela chora, em desespero, sem conseguir falar nada.. So chora.. entao consegue falar algo do tipo "nao aguento a perda". E entao penso comigo se terei que dar mas noticias ao meu amor, logo agora que ele havia chegado em casa depois de um dia de longa espera para te-lo comigo. E ela continua "Nao consigo suportar a perda de um amor". Fiquei pensando que tambem nao conseguiria. Ai parei de pensar, porque pensar nisso me doia, como se alguem estivesse me cortando e arrancando meu coracao do meu corpo. "Esta ai?" - perguntou ela aos berros, mergulhada em tristeza, dor e lagrimas... "Estou sim, so nao consigo te entender" "Nao consigo mais suportar essas duas perdas em minha vida. Primeiro, metade do meu coracao se foi, quando meu marido me deixou e se foi com outra. Achei que jamais seria feliz denovo, ate que tive ele, meu filho... Nunca achei que sentiria a dor da perda novamente e ainda pior, mais forte, mais cruel" -Meu mundo parou por 2 minutos, sem reacao. Largei o telefone no chao e gritei por seu nome, como uma crianca que grita pela mae depois de ter caido no chao. corri pela casa toda 4 ou 5 vezes, procurei as chaves do carro dele, nada. procurei suas chaves de casa, nada. liguei para o celular, e dizia que o numero nao existia! olhei no cinzero e o unico cigarro ali apagado era o que eu havia fumado. Fui ate a geladeira e a garrafa de vinho continuava exatamente onde eu havia deixado. Nao havia nada fora do lugar, nao havia cheiro em lugar nenhum, nao havia roupas espalhadas e nao havia marcas. Nao havia vida, nao havia razao, nao havia explicacao. Eu peguei o telefone e sua mae havia desligado. Liguei para ela, so para ter certeza, so para que eu me convencesse de que estava realmente ficando louca. "sim"- ela disse, -"voce tambem nao conseguiu superar a falta".
Cai de joelhos, olhei da janela a lua, e sentindo a dor mais insuportavel que podia sentir, gritei com toda minha alma, com toda a forca que acabava de perder. So o que queria era dormir e nunca mais acordar. Arranquei todos os fios de luz, de telefone, televisao, fechei todas as cortinas, fechei as portas e deitei na cama. No escuro, chorei sozinha... Eu so precisava de voce, so voce. Eu so queria voltar a dormir.
Voce havia ido. Se foi e levou junto o dia, a noite, tudo. Tudo que eu tinha voce levou. So esqueceu de mim. Levou tudo, mas esqueceu a mim.