terça-feira, 26 de junho de 2012

de um dia sem lágrimas

desde que me lembro, sou escrava de tudo que me preenche e me esvazia.
sou feita de cicatrizes, mas no final as faço valer a vida.
sou poetisa sem poesia, musica sem melodia, ausência de luz e som. agora.
eu sou o silêncio que me mata, porque estou fraca.
nao sou; estou. e sei. e sinto.
meu vazio não tem culpa. eu sofro de nada, sofro de ninguém.
dizer que não vale sofrer, é o mesmo que se jogar no teu próprio buraco.
mesmo caindo, eu não me jogo nessa merda nem fodendo.
eu caio, sim. caio mil vezes. mas se caio, caio pra valer. e vale. no final tudo vale.
toda merda vale. toda dor, toda lagrima, tudo vale.
mas me levanto. pelo caminho escorrego, mas vou ganhando força a cada queda.
sou feita de amor e ódio. de desespero e calma. de dor e carinho. de carne, osso e alma.
eu sou feita de verdades e mentiras que se confundem no escuro em que se encontram meus olhos.
eu nao vejo, mas sinto.
e sentindo eu vou morrendo e renascendo.
e no final, são cicatrizes e não mais feridas abertas. é assim. é sempre assim.
estou em descontrole, o que é loucamente normal. 
esses antônimos paralelos se descontrolariam hora ou outra. o problema é que a gente nunca sabe quando.
O tempo é o veneno e o antidoto. cabe a nós a escolha.



"You shoot me down, but I won't fall. I am Titanium."

domingo, 24 de junho de 2012

Falta


eu sinto muita falta de você.
e essa falta esvazia meu corpo, entristece minha alma e enfraquece meu ser. um ser que deixa de ser, enquanto está sem você.
se vai passar ou não, eu nao sei. eu só sei que nesse interminável e brutal momento, eu me permito sentir uma dor que dilaçera minha carne, que acaba com a minha energia e me asfixia.
te ver é como soltar em uma sala escura, todos os sentimentos mais fortes vestidos em pele, carne e osso de animal selvagem e faminto.
te ver e depois te ver partir, sem saber se ou quando você vai voltar, é quase um suicídio.
deveria fazer de nosso uníssono caminho, dois, onde após uma longa caminhada de baixo de sol e chuva, finalmente pudessemos chegar. simplesmente chegar.
mas por enquanto, essa dor que se alimenta do que resta da minha energia -aquela que me levanta um sorriso- é mais forte do que minha vontade de me movimentar e dar um passo a frente. ela me puxa de volta, enraiza meus pés no chão molhado, pelo sal que escorre dos meus olhos tristes, cansados e perdidos.
é assim que eu me sinto: perdida.
estou perdida sem você.