"Quem és tu que me lês? És o meu segredo ou sou eu o teu?." Clarice Lispector
terça-feira, 11 de outubro de 2016
segunda-feira, 10 de outubro de 2016
Aprendendo a ser tão só
Aprender a sobreviver com os olhos inchados
A cama vazia
O coração estraçalhado
Os punhos cerrados
Com tudo tão apertado
Os olhos molhados
Os pés cortados
A perna inquieta
A mente desenfreada
O corpo fraco
Cabeça ao vento
Os ombros pesados
A voz que falha
A garganta que dói
O abraço vazio
Os sonhos roubados
O sorriso passado
Cobertor amarrotado
O colchão espaçado
As horas pequenas
Sem humor e cansado
De tanta tanta dor
Que pode caber no vazio
Que ocupa tanto espaço
Sem medir o estrago
Que se pode fazer
E é cada vez mais difícil
Cada vez mais amargo
Ser apenas eu
Estar apenas
Eu
domingo, 11 de setembro de 2016
O que não sei dizer
Por que calo minha voz se tenho tanto a dizer?
Por que não sofre o corpo mas a garganta não para de doer?
Por que meu som ao invés de gritar, chora?
Meu canto em volta da vida toda e todo seu esporro, se abafa.
Peço socorro pelos bares, de branco
Peço socorro com sorriso no rosto, vento brando
Peço alma de quem nem tem para si, quem dirá para mim
Cobrando de outros o que não viverei, que não vi em ti
Eu pego as esquinas que não sei andar
Pelos corpos caídos que não quis usar
Mas que o vazio tão cheio me fez ignorar
Que não nos enchemos de algo temendo transbordar
Por isso, teimosa, viro as mesmas esquinas,
Tropeço pelos mesmos corpos que usei,
Me transbordo de ar
Enquanto não aprendo a me amar.
E a garganta sofre
E a garganta dói
E eu acordo chorando
Num pulo, sem voz.
E a garganta grita,
Pede socorro, irrita,
E a garganta cansada
Finalmente se cala.
E a dor só cresce,
Meu amor desaparece,
Minha voz enlouquece
E foge de mim.
Foge, se esconde, morre de mim.
Morte de mim
Por MEDO.
sábado, 20 de agosto de 2016
Desconstruír
Amar a si é um trabalho. A vida te diz desde pequena como você deve ser e agir e qual o padrão certo a ser seguido. Se olhar no espelho é tarefa difícil. Eu digo, REALMENTE se olhar no espelho. Ou melhor, SE VER no espelho.
É uma desconstrução e uma reconstrução eterna de si mesmo. Até porque, estamos em eterno movimento, em uma mudança sem fim, interna e externamente, de várias maneiras.
Eu me amo. Depois de me odiar muito. Hoje eu olho no espelho e vejo a mim mesma atraves da minha própria visão e não através da visão dos outros.
Mas é óbvio que isso não é assim o tempo todo. Tem dias que eu tenho vontade de quebrar o espelho e nascer de novo pra ver se dessa vez vem direito.
É difícil. É pesado. Mas quando a gente enxerga, é lindo!
E vamos trabalhando.....
#wildthing
sexta-feira, 19 de agosto de 2016
CORPO CRU
Rasga a roupa! Mostra o corpo, a pele, os pêlos, o sexo. Rasga a garganta, abre o peito, grita as entranhas, se rasga, se abre! Toda! Deixa sair esse berro! Bota as tripas pra fora! Se olha no espelho! Se ama! Se odeia! Deixa sair, entrar, fazer bagunça e ir embora! Se mostra!!! Se sente, se toca.
O corpo é TEU! Você quem manda! Faz dele o que quiser. Arte, lixo, dança, som.
O corpo é TEU! Você quem manda! Faz dele o que quiser. Arte, lixo, dança, som.
O peito é meu
Eu mostro pra quem eu quiser.
Posto onde eu quiser.
E foda-se.
Eu mostro pra quem eu quiser.
Posto onde eu quiser.
E foda-se.
Assinar:
Postagens (Atom)