terça-feira, 22 de outubro de 2013

Encruzilhadas




Todo mundo segue uma estrada.
Onde essas estradas se cruzam,
Os passos firmes confundem-se com os passos embriagados.
Então, na verdade, ninguém sabe onde vai chegar.
E passam flores, passam árvores, pessoas,
Passam passos que já foram
E passos que estão voltando.
Passos que já voltaram 
E passos que nem mais existem,
Cujas pegadas já foram apagadas por outras pegadas.
Em toda estrada a gente deixa um pouco de nós,
E em cada olhar,
De cada pessoa que cruza nosso caminho,
A gente deixa um pouco de si.
E quando vai embora, 
Isso fica.
A gente nunca sabe o dia de amanhã.
A gente nunca sabe se nossos passos,
Nossas pegadas,
Serão aquelas que estarão indo,
Que estarão voltando,
Ou aquelas que já estiveram lá a tanto tempo,
Que ja foram apagadas pelo sopro do vento.
Enquanto há tempo, 
Que cultivemos somente o amor,
Sem o rancor.
Sigamos sempre o caminho do coração,
Que demos uma chance à nós mesmos
E àqueles que reconhecem o erro.
Àqueles cujos passos são embriagados,
Pra que possam talvez
Cruzar nossos caminhos novamente,
Sem termos que escolher por onde desviar.
Porque talvez esse encontro possa nunca mais se repitir...
E pra não se lamentar...


sábado, 28 de setembro de 2013

doença



o amor é uma doença contagiosa. te arranca um sorriso e seus olhos se for preciso. faz do oceano gota, quando choras pelo outro. arranca de você tudo, pra te preencher de amor, somente amor.
e amor, que traz junto todos os sintomas, toda plenitude, toda a dor.
é só o amor. nos torna sãos, nos deixa loucos, nos revive e mata aos poucos.
mas de ser saudável e não amar, prefiro morrer doente de tanto amor, de tanto amar.

(foto: http://www.amordealmas.com/2013/07/juntos-ate-o-fim.html)

quarta-feira, 31 de julho de 2013

Infeliz tristeza de um homem

És o mais triste dos homens
que não sabe abrir os olhos
que não sabe olhar nos olhos
que não sabe molhar os olhos.

És a mais infeliz imagem
que reflete em outros reflexos
fala por outras bocas
e ouve por outros ouvidos.

És a mais infeliz mentira
que nao acredita na vida
não acredita no outro
e simples, não se acredita.

És como uma triste fera
que não sabe caçar teu alimento
Mostrar tuas garras
conquistar seu terreno.

E morrerá como o mais triste dos animais,
sem bando
sem terras
sem manto.

domingo, 28 de julho de 2013

"Não vou abaixar a cabeça pra tristeza jamais, aprendi que pra ser feliz realmente as vezes sacrifícios terão que serem feitos, e pra eu ser quem eu sou, eu tive que deixar talvez aqueles que me dariam apoio se eu fosse do jeito que eles queriam, mas saibam eu jamais seria feliz!"
a vida é tão linda
que as vezes dá vontade de morrer.

e tão triste
que precisamos continuar vivendo.

segunda-feira, 24 de junho de 2013

Tempo parado

Meus pensamentos voam tentando encontrar os seus, pra que seu silêncio me grite um conforto. Coisas que o coração inventa pra não se sentir tão pequeno com a ausência. Minha dor percorre minhas veias que pulsam de inquietação. Os relógios da casa parecem descansar enquanto dentro de mim o tempo corre parado no mesmo lugar. O silêncio me mastiga e não tem pretenção nenhuma em me engolir. Me machuca, me mata. Eu quero você e esse não saber se você me quer me enlouquece. Não choro, não sorrio, não durmo, não paro de pensar em tudo e nada, tudo ao mesmo tempo, vindo como uma bomba, destruíndo tudo dentro e fora de mim. Passaram-se horas e passarão mais horas sem que eu saiba de você ou você de mim. E esse silêncio me vem à cabeça como seus solos de guitarra que me enlouquecem, me arrepiam, me arrancam pedaços. Queria eu poder dormir e só ser acordada pela sua voz, dizendo que o tempo já passou e que nada mudou, que você não vive sem mim como eu não vivo sem você. Quero sonhar com você pra não sentir a falta, queria não pensar na possibilidade de te perder. Eu quero você. Só você..........

sexta-feira, 31 de maio de 2013

Afogados



Nado contra a corrente,
cega e sempre
desandando meus passos
e caminhando seus pés
e amarrando os meus
aos seus
ao acaso e ao inves.
Nada disso adianta
Ninguem dorme
Ninguem anda
Ninguem se ama.
Me machuca a cabeça
A alma,
Me arrebenta.
E o que quer que aconteça
Nada me acalma.
Meu coração inconstante
Pede socorro aos berros
E por apenas um instante
Eu assumo que erro.
Errei na primeira chance
Pequei na segunda
E na terceira
Esqueci de pensar mais em mim
Do que penso em você.
E contra a corrente eu continuo
Até que a coragem venha
E me obrigue a dizer adeus.
Talvez assim você escute
O pedido de socorro aos berros
E talvez tudo mude
Desamarrando dos seus pés meus passos.


sábado, 6 de abril de 2013

Pra que um sentimento morra, seja medo, dor, amor, ou qualquer outro, primeiro temos que deixa-lo viver.

A lua de Alice

Teu sorriso felino se mostrava claro em meio a todo fundo escuro do ceu, enquanto as luzes da rua te recebiam, como meu coração, abertos e calados.
Teu sorriso contornava a ideia de um corpo preguiçoso, preenchido de púrpura, nos chamando por Alice.
Sua presença desnorteou nossos sentidos e guiou-nos pra casa. Enquanto tirou nossa paz, preencheu-nos os olhos.
Teu sorriso se escondeu atrás de prédios deixando a falta, o vazio e o tédio. Sua presença foi tão forte que sua ausência me acusa a morte.

domingo, 24 de março de 2013

Desabafo


É engraçado como é o processo de aprendizado natural que a gente acaba passando quando se é um ser humano. A gente 'aprende' que devemos confiar naquele que amamos, pois amor sem confiança não existe e vice versa. Mas aí vem a vida. E com a vida as pessoas. E com as pessoas a confiança. E Junto, o amor. E ai levamos um tombo, ao perceber que na verdade, não podemos confiar NEM MESMO naqueles em que nós amamos. Devemos confiar em nós mesmos e mesmo assim manter os olhos bem abertos, porque nunca se sabe o que nós podemos nos fazer. Podemos nos trapacear querendo ou não, assim como uns aos outros. A diferença é que não possuimos o poder de ler a mente das pessoas, prever o futuro, essas coisas. Mas possuimos o poder de sentir. Sentir, quando estamos envolvidos com alguém. Mas eis aqui a nossa propria trapaça: a confiança. Esta, que quase sempre simplesmente inibe o nosso 'poder' de sentir que ha algo que está fora do lugar. Essa estranha confiança que faz com que pensemos dez mil vezes antes de pegarmos uma mentira acreditando somente em nossa intuição.
Mentira.... a mentira é uma das armas que mais me fere. Sempre foi. E parece que ela sempre está por perto, me vigiando, me cercando, planejando um momento errado pra aparecer e de alguma maneira, ela sempre é mais forte que eu e me vence.
Posso dizer que em minha vida, fui uma pessoa com mil personalidades diferentes, mas sempre fui eu. Um eu que a mentira fez questão de escurecer por dentro. E hoje sou a mesma pessoa de personalidades diferentes, com um eu diferente, machucado, enganado e as vezes descrente. E eu fico pensando se vale a pena arriscar passar por isso tudo denovo. Eu sou o tipo de pessoa que aceito uma desculpa, dependendo das circunstâncias, se for sincera. Mas também sou o tipo de pessoa que não esquece jamais o porque de ter que ter perdoado aquela pessoa. E isso me expõe ao risco de cometer sempre o mesmo erro, o que significa que não aprendi. Tenho medo de ser uma pessoa cheia de mágoas, por não ter aprendido que tudo tem seu limite. Medo de ser uma pessoa vulnerável a qualquer pedido de desculpa, uma pessoa que sempre quebra a cara por acreditar demais nos utros, digamos assim. Tenho medo de não aprender o outro lado.... e sinto que ainda não aprendi. Tanto não aprendi que fui vencida por uma mentira que mudou completamente quem eu costumava ser.
Por isso a graça! Deveríamos confiar em quem amamos, mas na prática, são de quem nós mais desconfiamos, ou deveríamos. E sempre nos dão motivos. Na verdade, sempre nos dão UM motivo: mentem.
E a relação tanto com as pessoas quanto com si mesmo, passa a ser difícil e pesada. Você passa a não enxergar as pessoas quando elas devem ser REALMENTE enxergadas. Faz com que você pinte todos os rostos do mesmo jeito. E faz com que o amor, que é a coisa mais preciosa que um ser humano possui no mundo, dentro e fora de si, começe a morrer de pouquinho em pouquinho. E ai você vai indo junto.....

sexta-feira, 22 de março de 2013

E por isso eu canto

Eu passo pela vida vivendo tragédias, ouvindo mentiras, chamando a platéia.
Equilibro-me em muros de mudos tijolos, tropeço na ira dos loucos e tolos.
Fabrico comédia para outros rirem, enquanto choro, atéia, enchendo a platéia.
Procuro consolo nos braços de outros, olhando de cima, de altos soteios.
Com medo do tamanho e do barulho do estouro, de alguma maneira eu ganho a platéia.

domingo, 17 de março de 2013

O-ine


Como se pudesse transformar o frio em calor, o amor em fogo, o tempo em vento, o sorriso em dor (e vice versa).
Como se travasse a fala, esmagasse o coração e depois curasse com um beijo.
É como se houvesse dois, um Ying outro Yang, um branco e um negro, um bom e outro mal, um dia e outro escuridão.
É como se me carregasse no colo e me deixasse cair, me trancasse num quarto e me deixasse fugir, me comesse o corpo e me cospisse no chão, como se não ligasse, mas por dentro morresse...
Trata-me como uma princesa, quando quer, uma estrela, uma mulher, um homem qualquer...
Preciso saber qual de vocês escolher, qual dos dois é você, eu preciso saber.
Queria que mostrasse sua alma quando olha em meus olhos, me mostrasse com medo e então saberia se és amor ou ódio, mágoas, rancor, coragem, paixão ou apenas mais um que não sabe quem é.
Me mostrasse seu sangue, a dor que habita sua carne e aquilo que escurece sua alma.
E então se quisesse, poderiamos ser isso e aquilo, mas seríamos algo...
Poderemos ser exatamente isso.
O-ine.

quarta-feira, 13 de março de 2013

De volta

 Queria poder arrancar teus olhos pra que você nao se desse o prazer de ver o montro que criou.
E em quem você me transformou. E tudo que você me tirou.
E agora você está de volta, trazendo consigo aquele velho ar pesado e aquele falso sorriso de lado.
O mesmo andar, o mesmo falar, a mesma máscara, a mesma merda.
Você voltou pra ficar e eu já quero ir embora, me rendendo a fazer aquilo tudo que você tem em mente,
porque não aguento mais sequer pensar em estar por perto. Me enjoa.
Você é uma espiã. Sabe exatamente o que quer e voltou carregando sua viangança.
Conhece meus medos, minhas mentiras, minhas verdades e está de volta.
E eu, indo embora.

(www.libertariann.blogspot.com)

domingo, 10 de março de 2013

Bala perdida










Seu olhar é uma arma.
Cuidado pra onde mira
E quanto ar sua arma tira.
Eu estava na linha de fogo
E quando atirou
Tirou-me o fôlego,
Saí da linha.




terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Feridas

Você me mata. Quando não há mais onde ferir, mata. Ferr a carne, a alma, a beleza e vai embora, levando parte do meu coração e do meu sossego. Tira meu sono e invade meus sonhos, tirando de mim meu unico escape. Transforma meus pensamentos em cantos escuros, entristece meu olhar, me puxa pelo cabelo e transforma-me em medo, solidão... Quando da vontade, cura minhas feridas e me ressussita, para que tenhas novamente onde ferir e a quem matar. Joga-me no chão e ali me deixa. Parte meu coração e ainda se queixa. Se és tão homem quanto diz, porque é que nao me cuida e me devolve ao menos uma parte de mim?

quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Pedaço do céu com retina

"Os panos que a vestem
São como nuvens,
Que dizem se o dia é de sol
Ou de chuva.
Uma postura de força,
Com céu inteiro
Meio azul esverdeado
Nenhum pouco disfarçado das verdades que tem.
Força,
Só as que quer que ,
pareça que possuir,
Como os raios que iluminam as noites escuras
Em dia de chuva,
Mas os raios
Não machucam,
Enfeitam as gotas de água,
Pra esconder a fragilidade em cada pedacinho.
É assim... Como as gotas da chuva
Pequena e frágil
Mas com raios e trovões
Que afastam multidões.
Dá pra ver, tudo
Naqueles olhos,
Naquela tempestade condensada
Em carne humana
Tudo
O céu inteiro.
O céu tão distante, em duas pequenas bilhas,
Pedaço do céu com retina."

(Priscilla Balio)