terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Feridas

Você me mata. Quando não há mais onde ferir, mata. Ferr a carne, a alma, a beleza e vai embora, levando parte do meu coração e do meu sossego. Tira meu sono e invade meus sonhos, tirando de mim meu unico escape. Transforma meus pensamentos em cantos escuros, entristece meu olhar, me puxa pelo cabelo e transforma-me em medo, solidão... Quando da vontade, cura minhas feridas e me ressussita, para que tenhas novamente onde ferir e a quem matar. Joga-me no chão e ali me deixa. Parte meu coração e ainda se queixa. Se és tão homem quanto diz, porque é que nao me cuida e me devolve ao menos uma parte de mim?

quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Pedaço do céu com retina

"Os panos que a vestem
São como nuvens,
Que dizem se o dia é de sol
Ou de chuva.
Uma postura de força,
Com céu inteiro
Meio azul esverdeado
Nenhum pouco disfarçado das verdades que tem.
Força,
Só as que quer que ,
pareça que possuir,
Como os raios que iluminam as noites escuras
Em dia de chuva,
Mas os raios
Não machucam,
Enfeitam as gotas de água,
Pra esconder a fragilidade em cada pedacinho.
É assim... Como as gotas da chuva
Pequena e frágil
Mas com raios e trovões
Que afastam multidões.
Dá pra ver, tudo
Naqueles olhos,
Naquela tempestade condensada
Em carne humana
Tudo
O céu inteiro.
O céu tão distante, em duas pequenas bilhas,
Pedaço do céu com retina."

(Priscilla Balio)