Aprender a sobreviver com os olhos inchados
A cama vazia
O coração estraçalhado
Os punhos cerrados
Com tudo tão apertado
Os olhos molhados
Os pés cortados
A perna inquieta
A mente desenfreada
O corpo fraco
Cabeça ao vento
Os ombros pesados
A voz que falha
A garganta que dói
O abraço vazio
Os sonhos roubados
O sorriso passado
Cobertor amarrotado
O colchão espaçado
As horas pequenas
Sem humor e cansado
De tanta tanta dor
Que pode caber no vazio
Que ocupa tanto espaço
Sem medir o estrago
Que se pode fazer
E é cada vez mais difícil
Cada vez mais amargo
Ser apenas eu
Estar apenas
Eu
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