terça-feira, 9 de novembro de 2010

O perfume que roubam de ti

Deixe que as horas passem pelas esquinas sujas dessa cidade.
Onde foi que deixei minha dignidade?
Lembro-me bem de ouvir minha avó cantarolando as rosas de cartola
Que de tão murchas endureceram.
E para não esquecer, vovó as guardou dentro de uma capa de CD velha.
Deixe que o tempo passe...
De que adiantaria então se fossemos tão fortes?
Ainda sim ouviríamos os gritos de terror nas noites em que não dormimos.
Ainda sim sentiriamos frio nos dias mais quentes desse verão.
Ainda sim, meu bem, ousariamos odiar o mais amável canto,
Seja ele de uma rua ou sabiá.
Deixe que a vida passe.
Deixe que ela leve tudo aquilo que um dia foi seu.
Deixe que a vida passe
E te esqueça lá atrás.

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