Confesso, tenho medo das mudanças. Mudanças nunca vem com calmaria, mas vem com os vendavais. Tenho medo dos ventos fortes, que tiram tudo do lugar, arrastam o que tiver pela frente e por vezes destroem o que estiver pelo caminho. E depois que o furacão passa, com tudo fora de lugar, muitas das coisas que tínhamos se perdem por inteiro.
E é desesperador perder tudo. Mais ainda, quando aquele tudo foi construído com muita luta e suor.
E então vem o recomeço. O vento leva as nuvens, clareia o dia, te faz ver o estrago em seus mínimos detalhes. E ai é que a vida vem e te pergunta: você está forte pra recomeçar?
E se não estiver, será que a vida ajuda?
Tenho medo das mudanças, de não ver oq vai acontecer e pior, temer se nada acontecer.
Um muro devastado pelo vento não se reergue sozinho.
Tenho medo de mudanças, porque em algum momento da vida, comecei a plantar tudo que tenho e me orgulhei de ter aquilo que plantei. E embora cresça e cresça, aquilo que plantei será sempre aquilo. Quando o vendo arrasta tudo, destrói a plantação, com ele vem novas possibilidades de plantio. Pode-se escolher plantar aquilo que você sabe que vai dar frutos, por já ter plantado e ter dado certo, ou escolhe-se redecorar a horta, o jardim e ter a paciência de entender o que pode criar raizes e crescer ali e o que não pode.
Tenho medo das mudanças, na verdade, porque mesmo tendo feito muito do que tenho sozinha, nessa estrada solitária, encontrei muita gente que me deu força e sabedoria para continuar seguindo sozinha porém mais forte. E acabo por pensar se teria sido tão forte sem a força daqueles que encontrei. E então enfraqueço, só por questionar minha força.
Precisar ser forte é difícil. É mudança. Precisa-se de força pra recomeçar, porque todo recomeço vem com erros, tentativas, buracos e novos modos de entender como driblar as dificuldades sem que elas te parem.
Tenho medo de mudança porque não as prevejo e não às entendo. Geralmente sigo no fluxo sempre me fodendo.
Tenho medo de não saber ser forte sozinha.
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