quinta-feira, 30 de janeiro de 2020

Tem uma inquietude, palavras berrantes e brigantes que vão tomando conta, primeiro da caneca, depois vão enchendo o corpo, atravessando os órgãos e quando não conseguem mais se manter dentro de mim, de tão cheio o corpo, explode. Sai pelos
Pontos, através de esporros, espasmos e choros e dores no corpo, nos olhos, cabeça, a perna inquieta e o coração acelera e vai da garganta pra boca até que você cospe, vomita, em forma do refluxo do fluxo de palavras misturadas no teu estômago cheio de raiva e dor e, caralho, que calor! A minha cabeça não para, meu pulso doi e as veias saltam, a respiração de tão forte, eu ouço. O que me deixa mais sem ar. Vocês também ficam sem ar quando ouvem sua respiração forte? Eu fico. Sinto que só tenho meio pulmão e que acabei de correr uma maratona, mas estou deitada, cansada, exausta de
Pensar em tudo e ao
Mesmo tempo em
Nada, porque num resumo me faltam as palavras que passeiam selvagens pelo meu cérebro, que parece estar completamente dopado, mas ao mesmo tempo cheirado, mas ao mesmo tempo parado, calado por alguém, como se tentasse gritar mas estivesse tapado, selado, coitado. Coitada.
Coi-ta-da por mim mesma. Que esporro! Puta que pariu, socorro! Essas vozes não calam, não param de falar, falam alto, falam muito e
Muitas coisas. Falafalafalafalafalafalafalafala o
Movimento que faço com
Os dedos quando escrevo falafalafalafalafala me Acalma falafalaalafalafalafala
Vocês também endoidam de vez em sempre?
A gente endoida e endireita 
O doido endoida e endoidado fica
Endoidado é
Ansiedade é uma sombra que começa pequena 
E quando cresce te engole
Mas hora ou outra te vomita porque nem mesmo ela consegue te manter e te digerir 
Por causa
Do modo
Como você
Ansiosa
Fica.
Eu, no caso.

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